Hoje é dia mundial de conscientização do autismo e, mais do que nunca, uma oportunidade de aprender a respeito
Estava pensando em como abordar o assunto, já que sou leiga e os contatos que tenho são com jovens e crianças dos meus convívios sociais.
Recentemente, vi uma palestra no Grupo Escoteiro da minha filha, mas não seria capaz de falar do assunto como a Beth Moreno falou.
Abaixo, segue o texto da Beth:
Hoje é o dia mundial do autismo e nunca é demais esclarecer alguns fatos interessantes sobre o assunto:
Os dados
Uma em cada 68 crianças nascem com autismo.
A incidência de autismo no mundo é maior do que a soma AIDS, câncer e diabetes juntos.
Para você ter uma ideia, a incidência de Síndrome de Down é de 1 em cada 700 crianças.
No Brasil estima-se que tenhamos 2 milhões de autistas.
O número de autismo em meninas já foi 6 vezes menor do que em meninos.
É por isso que a cor símbolo do autismo é o azul.
Em contrapartida, o grau de autismo em boa parte das meninas costuma ser alto.
Você se surpreendeu com o número e certamente se perguntou: “Onde estão essas crianças?”
O Autismo não tem cara. Uma criança autista que está em seu momento calmo, se passa facilmente por uma criança sem dificuldades.
A mãe de uma criança autista sai pouco. Isso porque o ambiente externo é muito incômodo para o autista.
E quando resolvem sair, normalmente escolhem ambientes tranquilos, sem barulho e sem aglomeração de pessoas.
A evolução das descobertas a respeito do autismo
Até pouco tempo atrás, pouco se sabia sobre autismo a ponto do governo não reconhecer como deficiência.
O despreparo dos médicos também contribuiu para um diagnóstico tardio ou que nem ocorresse.
Isso explica a sensação do número ter aumentado, quando na verdade está sendo apenas melhor detectado.
Mas isso não descarta uma possibilidade de epidemia genética.
Sim, porque a medicina está praticamente convencida de que o autismo é genético e existem estudos avançados em busca de uma cura através da neuro-genética.
Os graus do autismo
O autismo tem vários graus e apenas uma minoria é parecida com aqueles casos que aparecem no programa da Fátima, onde a criança ou o adolescente faz tudo sem nenhuma dificuldade.
Em pelo menos 70% dos casos, a criança apresenta um grande comprometimento cognitivo causado pela dificuldade de interação. Aliás, apenas 30% dos autistas conseguem se comunicar de forma funcional.
30% também é o número de autistas que apresentam epilepsia.
Recomendações e cuidados nas interações
A maioria dos autistas têm hipersensibilidades sensoriais e também gastrointestinais e em alguns casos é recomendado dietas que restringem glúten, lactose e caseína.
Nunca peça para uma criança autista parar de se balançar ou fazer ruídos. Isso a irritará profundamente, pois tal comportamento pode ser uma forma de aliviar alguma sensação incômoda.
Poucas crianças autistas vão te responder imediatamente, mas muitas vezes responderão com mais tentativas. Não fazem isso por desprezo, mas por dificuldade de se “conectarem” com as pessoas.
Apesar de ainda não ter cura, há tratamento que melhora razoavelmente os sintomas.
Tratamentos, terapias e evolução do paciente
Terapias como: Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e alguns tipos de Psicoterapias são recomendadas semanalmente e psicóticos são prescritos pelos neuropsiquiatras, profissionais que normalmente acompanham esse tipo de transtorno.
A falta de tratamento não precisamente regride, mas estagna o quadro.
A evolução e o grau são avaliados em uma complexa escala, considerando diversos fatores, onde a proporção do comprometimento define o grau que poderá ser: Leve, médio ou alto.
Síndrome de Asperger é um tipo de autismo levíssimo, sem grandes comprometimentos e normalmente é usado como exemplo de autismo.
É como usar um míope para representar os cegos.
Depois da lei Berenice Viana, nome de uma dona de casa, ativista e que tem um filho autista, muitos direitos como tratamento especializado e benefícios concedidos a deficientes foram assegurados para portadores do espectro.
Autismo na idade adulta
Na idade adulta e com acompanhamento desde os primeiros anos de vida, os sintomas do autismo aparentemente se abrandam, porque normalmente o autista adulto aprende a controlar suas necessidades sensoriais.
O autismo não é a pior das deficiências, mas requer tratamento intensivo e precoce para um bom prognóstico. Mas a melhor maneira de lidar com uma criança autista é entender como sua cabeça funciona e isso ajudará a entender o por quê eles se comportam de maneira peculiar.
Com um número tão alto, algum dia você certamente conviverá com uma criança autista na família ou em seu círculo de amizade.
E é por isso que eu espero que essas informações possam ajudar.