Bom, acho que todo mundo sabe que hoje é dia internacional da mulher, certo? Mas e daí?
É um dia como outro qualquer, mas pode ser um dia especial também. Nem que seja pela autoreflexão.
Enquanto mãe de menina, penso todos os dias no reforço do empoderamento, que seria uma espécie de encorajamento e reforço positivo.
Mas no dia de hoje, penso ainda mais. Penso no tamanho da minha impotência diante de tantos perigos do mundo.
O medo de toda mulher
Penso no medo que sinto toda vez que saio sozinha na rua e penso que em breve, ela também sentirá.
Na sensação constante de que ninguém é confiável, de que todos são suspeitos, de que a cada desconhecido, pode ser um novo risco.
Este medo é tão real que os homens são criados desde cedo para acompanharem suas mães, irmãs, amigas e namoradas até em casa.
Se não fosse um medo legítimo, não teria motivos para o pai achar que o irmão tem dever de levar e buscar a irmã, ao passo que ele possa sair sozinho.
A sensação de menosprezo
Não é incomum ouvir de amigas o quanto são menosprezadas, mesmo quando fazem algo com excelência.
É uma sensação real, legítima e constante.
A dona de casa faz exaustivos cuidados domésticos diários, mas ninguém nota, a não ser quando ela vem a faltar.
E este é só UM caso, talvez o mais grave de todos, que comprova o menosprezo.
O desconforto e o assédio velado
Quase toda mulher já se sentiu desnorteada, sem ter como agir diante de um assédio.
Especialmente em ambiente de trabalho, vindo de superiores, a gente fica com medo de falar algo e perder o emprego e ficar queimada no mercado.
Por quê? Porque se a gente fala, 99% das pessoas vão dizer que é frescura, que era só levar na brincadeira, que era só levar na boa, não ligar ou que estamos inventando.
Exatamente por isto, os assédios acabam não vindo à tona e todo mundo acha que é super de boas aturar piadinhas, cantadas de corredor, passadas de mão, etc.
Aí, quando finalmente é com alguém próxima, aí sim, ficam espumando pela boca, com raiva e tomam para si. Mas quando é só alguém da empresa, “Ah… Frescura”.
O falso empoderamento
Empoderamento é a palavra da vez. A gente ouve toda hora, da boca de todos e todas.
Quando é em fotos, então, nossa… “Linda. Empoderada!”.
Mas na hora de empoderar mesmo, de dar à outra a voz e vez, de dar suporte, de apoiar, mesmo que não concorde, mesmo quando ela possa vir a crescer mais que a outra?
Aí, não. Aí todo mundo se faz de morta, morridíssima.
Empoderamento é confiança, é reforço da autonomia. Elogio não é empoderamento. É só elogio.
“Mulher tem que se dar o respeito”
Não. Mulher não tem que NADA. Ela tem que fazer o que apetece a si mesma. Apenas.
Se você precisa de condições para respeitar alguém, seja homem, mulher, criança, você não tem ideia o que significa respeito.
Respeitar independe do outro, porque ou você PORTA respeito a todos ou você é um desrespeitoso esperando alguma vítima para dar o bote.
Uma pessoa de respeito, respeita e pronto. Não precisa de desculpas para respeitar.
Dia Internacional da Mulher: e daí?
E daí que o dia internacional da mulher é uma oportunidade de reflexão e também de filtragem.
Basta ver o que as pessoas postam, qual o posicionamento delas SOBRE AS MULHERES e você poderá reclassificá-las no seu jogo social.
Eu costumo dizer que é uma excelente oportunidades para mulheres solteiras saberem quais são homens com quem elas não devem se relacionar.
Comigo, este filtro sempre deu certo. Então recomendo.ria, as vezes