Li o texto “O prazer indescritível de perturbar” no BrasilPost, onde a autora descreve porque deixa sua filha gritar a vontade em qualquer lugar, mesmo sabendo que isso incomoda outras pessoas. Mas quando é que entra a hora de “educar”?
Em primeiro lugar, quero deixar claro que não pretendo ofender ou magoar a autora do texto citado, nem ditar regras.
A ideia é todos leiam ambos os 2 textos e encontrem seu meio termo, a sua maneira de educar seus filhos.
Ao que pude perceber, a autora fala de como é importante “perturbar o sistema vigente” e eu concordo.
É sempre bom e importante que tenhamos vontade de pensar por nós mesmos e até “em nós mesmos também”, de “gritar nossas necessidades e anseios”. Verdade.
No entanto, há momentos, modos e motivos para tudo.
Empatia
Como mãe, digo que ensinar minha filha a respeitar espaços públicos é uma questão de empatia.
É a minha oportunidade de ensina-la a pensar nos outros e em como suas ações os atingem e, assim, escolher ser alguém melhor.
Educar é muito mais do que “apenas deixar de ser”.
É ensinar que é inteligente saber a hora de falar, de calar, de gritar e que é importante saber respeitar a própria individualidade, mas com consciência de que os outros também são indivíduos.
É ensinar a pensar no coletivo sem abrir mão de sua individualidade. E deixar de gritar num restaurante não é, nem de longe, abandonar a individualidade e muito menos censurar as delícias da infância.
É ensina-los a terem empatia desde cedo.
Mas não pode gritar?
Pode, sim!
Dá para gritar em casa, gargalhar alto na praça, dá para gritar no escritório da mamãe enquanto ela escreve ou está ao telefone com o chefe.
Já que a mamãe não liga da filha viver gritando quando bem entende e acha lindo a filha perturbar sem a menor ideia do que é ser razoável.
Francamente, não sei o que algumas pessoas pensam de verdade sobre educar, mas fico refletindo como alguém que educa um filho e talvez a errada seja eu…
Educar é se envolver de verdade na formação do indivíduo, ensinando-o a lidar com as próprias frustrações.
Alguns comentários do texto “O prazer indescritível de perturbar”:
Educar não é cercear a liberdade, mas é ensinar que ela tem limitações, sim. Porque tem!
Aqui entre nós: nossos filhos também precisam se sentir incomodados ao incomodar os demais?
Será tão difícil assim apenas dizer:
“Filha, aqui tem muitas pessoas falando de negócios, pedindo em casamento, rompendo relações.
Não é legal gritar, pois são situações importantes, ok?
Vamos chegar em casa hoje e gritar no travesseiro até ficarmos sem voz?”
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