Recentemente voltei a dançar após 20 anos parada e percebi que o ballet adulto tem uma força motriz diferente de quando eu dançava há 20 anos.
Se você estava esperando um motivo para ingressar no ballet adulto, hoje vou lhe dar vários, mas antes vou te contar brevemente a minha relação com a dança.
Ballet Clássico desde criança
Comecei a dançar aos 7 ou 8 anos e minha primeira modalidade era a Dança Moderna, com a professora Yara, através da Secretaria da Cultura de Suzano.
Na época, meu sonho era fazer Jazz com a Lilian Gumieiro, que era a professora na época, mas havia um teste e não passei.
No ano seguinte, abriram a primeira turma de Ballet Clássico com a professora Márcia Belarmino, que tinha 18 anos, na época.
Fiz o teste e passei. Confesso que nas primeiras aulas, achei que iria odiar.
Era tudo muito controlado, muito colocado, bem diferente do que eu via nas aulas de Jazz que eu tanto queria.
Mas era “o que tinha pra hoje” e por isso continuamos, minha irmã e eu.
Com o tempo, fui pegando gosto, tanto que continuei até os 16 anos direto.
Após 2 anos fazendo aulas na prefeitura, a Márcia abriu a própria escola: o Studio Márcio Belarmino – Dança & Cultura.
E lá, eu fui uma das primeira alunas e foi onde eu aprendi muito sobre a vida e sobre mim mesma.
Período totalmente sedentário
Após os 16 anos, eu ainda continuei no Ballet Clássico, mas já não mais comprometida.
Especialmente, porque eu jogava xadrez e estava me destacando, então comecei a me dedicar muito mais e isso me tomava muito tempo com treinos e viagens.
Além disso, eu também fazia parte do Grupo Folclórico Libanês do Brasil, onde dançávamos dança folclórica libanesa e tínhamos frequentes apresentações, além de algumas viagens também.
Consegui manter assim até os 21 anos, quando abandonei de vez todas as atividades físicas e passei a viver completamente sedentária.
Aos 22 engravidei e aí, me comprometi de vez com o trabalho e a maternidade e nunca mais fiz qualquer tipo de exercício físico, que não ocasionalmente.
Foram 20 anos sem atividades físicas
Para não dizer que nunca mais fiz nenhum tipo de atividade física nesses 22 anos, em 2019 fiz um mês de zumba, mas não consegui me adaptar, tive muitas dores nos joelhos e larguei.
Fora isso, foram 20 anos sem qualquer atividade física, a não ser caçar Pokemon.
Eu não caminhava, não dançava, não fazia musculação, ginástica, nada.
Apenas trabalhava e estudava.
E, nesse período, engordei 20kg.
A minha relação com o corpo
Eu sempre fui magra.
Antes de ser mãe, pesava 42kg e após a maternidade, estagnei nos 49kg.
Apesar de nunca ser muito cuidadosa com comida, em sempre tive um gosto bem saudável, até.
Sempre gostei de saladas, sopas, não sou de massas nem doces, mas minha perdição são as gorduras animais e os refrigerantes.
Eu nunca tive uma relação boa com o meu corpo, a não ser por breves períodos.
Sempre me achei magra demais, a não ser por volta dos 32 que passei a finalmente me olhar diferente e me gostar um pouco mais.
Aí, engordei e o problema passou a ser as gordurinhas a mais, especialmente as da barriga.
E isso complicou para eu voltar ao ballet, porque me sentia envergonhada me usar colant.
Morar em outras cidades também me afetou
Em 2015, saí de Suzano para morar no ABC Paulista, onde morei em São Bernardo e depois em Santo André.
Com isso, perdi totalmente meu círculo de amizades e acabei me tornando ainda mais reclusa e mal saía de casa, a não ser para reuniões escolares e compromissos de trabalho.
Isso piorou ainda mais na pandemia, que foi quando me tornei praticamente uma eremita e não saía de casa nem mesmo para ir ao mercado.
Com isso, meus planos de voltar a dançar foram sabotados e a minha relação com corpo também.
A volta para Suzano
Voltar para Suzano me trouxe muitos benefícios.
O primeiro, foi voltar a estar perto da família.
O outro, foi estar perto dos amigos e poder voltar a ter algumas conexões.
Dentre elas, poder voltar a conviver com a Márcia Belarmino, que agora era diretora do seu Studio e minha amiga.
Mesmo antes de eu voltar para Suzano, ela já falava sobre a ideia de eu voltar a dançar, que o Studio estaria de portas abertas.
Voltar para casa: Studio Marcia Belarmino
Ao voltar para Suzano, claro que fui visitar o Studio Marcia Belarmino que foi praticamente a minha casa por longos anos.
E lá, conversando com a Aline, gestora administrativa e com a Bruna, diretora, recebi o convite para voltar.
E aceitei.
Confesso que, no início, me senti muito insegura.
Insegura com o meu corpo, insegura com o meu desempenho, insegura com tudo.
Mas encarei.
E lá estava eu, fazendo aulas de (nível) Preparatório com as meninas de 9, 10, 12 anos.
A nova relação com o Ballet Clássico Adulto
Confesso que tive que apagar tudo o que eu sabia sobre Ballet Clássico.
Agora, com o Ballet Clássico Adulto, estou recomeçando do zero, com um corpo que eu ainda não conheço, não reconheço e ainda não tenho boa relação, mas estou aprendendo e o Ballet Clássico Adulto está me ajudando muito.
Me sinto insegura em todas as aulas. Nem mesmo o pliê eu sei mais fazer.
Mas, por outro lado, estou disposta como nunca a aprender.
Ouço cada observação, cada ensinamento, cada apontamento e tenho estado tão comprometida e focada como jamais fui. Nem quando eu tinha foco em ser bailarina.
Mas agora, todo esse foco não é mais direcionado ao palco e, sim, a mim mesma, a me descobrir, a me superar a cada dia.
E tem sido maravilhoso fazer Ballet Clássico Adulto.
Um momento só meu comigo mesma
O Ballet Clássico Adulto me permitiu olhar para dentro e me proporcionou a maravilha de estar ali, por uma ou duas horas, só comigo mesma.
Comprometida e voltada para mim, apenas.
Sem pensar em trabalho, em filha, em casa, em gatos, em marido. Nada. Apenas em mim mesma.
Eu sendo o meu próprio e único foco.
Em nenhuma outra atividade eu jamais senti isso, a não ser no Ballet Clássico Adulto.
Toda mulher merece um Ballet Clássico Adulto
Sim! Toda mulher merece um Ballet Clássico Adulto, mesmo que não seja propriamente um Ballet Clássico Adulto.
Pode ser uma gafieira, uma caminhada, uma academia, um clube de leitura, o que for, mas que seja algo que te proporcione um reencontro consigo mesma.
Que te volte o olhar para si mesma e te permita se ver e se desafiar.
A gente precisa. A gente ME-RE-CE.
Se você é de Suzano e quer experimentar o Ballet Clássico Adulto, me chama no Instagram e vamos conversar pra você conhecer o Studio Márcia Belarmino.
Se você não é daqui, procure na sua cidade e se não achar Ballet Clássico Adulto, busque alguma atividade que você goste e jogue-se!
Se estiver meio sem dinheiro, procure as atividades da Secretaria de Cultura da sua cidade.
Site da Secretaria de Cultura de Suzano.
Aqui um post recente que fiz no Instagram sobre minhas aulas de Ballet Clássico Adulto:
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