O desafio do enforcamento sempre existiu entre os adolescentes mesmo antes da internet e dos jogos eletrônicos.
Como em toda tragédia que envolve jovens, as mídias apontam a culpa para a internet e os jogos, sendo que estes desafios do enforcamento sempre existiram.
A culpa não é da internet. Nem dos jovens. Nem dos vídeo games. Nem dos pais.
A culpa, na verdade, não é exatamente de algo ou alguém. Talvez, a irresponsabilidade, típica da juventude, em desafiar perigos sem medir consequências.
O fato é que o desafio do enforcamento como tantos outros já aconteciam antes, então há outros fatores a serem considerados.
Querem um exemplo? A tão famosa roleta-russa! Querem outros? Os desafios de altura. Querem mais? Os desafios com facas. E assim vai…
O desafio do enforcamento, na verdade, é apenas uma nova versão de tantos desafios e brincadeiras perigosas.
Desserviço da mídia
E o meu post não é para isentar a internet ou os jogos de vídeo game, até porque eles realmente não tem nada a ver com isso mesmo.
É para alertar o tamanho desserviço que as mídias fazem, cada vez que insinuam ou mesmo colocam a culpa na internet ou em jogos eletrônicos por ocorridos como este.
A cada vez que alguém acredita que o problema esteja na internet ou nos jogos, um jovem pode estar sendo negligenciado, pois os olhares não estão de fato onde deveriam estar.
Com isto, os sinais que deveriam ser notados são esquecidos, ao invés de lidarem melhor com o comportamento dos seus filhos durante interação com amigos, seja virtual ou pessoalmente.
Foco nos filhos e nos sinais
É muito importante que nós, pais, estejamos atentos ao que realmente importa: o comportamento e a interação dos nossos filhos com os amigos e com o mundo.
Não há problemas em filhos que preferem jogos eletrônicos e internet à uma interação presencial com amigos, desde que isso não esteja atrapalhando suas atividades e desenvolvimento, claro.
A questão não são jogos ou internet, mas quais são os limites que um jovem estaria disposto a ultrapassar para impressionar os amigos.
É importante percebermos no que nossos filhos se submetem – ou não – em prol de se sentir parte do grupo. Quanto isto pode custar a ele, porque pode lhe custar a vida.
Neste caso, sequer dá para dizer que existam culpados e, sim, uma cadeia de fatores combinados que culminaram nesta tragédia. E é nestes fatores que devemos focar.
Que Gustavo descanse em paz, seus pais encontrem conforto e seus amigos possam aprender com a tragédia.