Em meio a uma conversa no Twitter me peguei pensando: será que não estamos corrompendo nossos filhos?
Estava eu conversando com um seguidor sobre um post recente lá no blog do meu amigo Nerd Pai e me dei conta de algo.
É tão estranho, mas é perfeitamente possível que estejamos corrompendo nossos filhos, sim!
E eu cheguei a esta reflexão ao citar um exemplo e perceber que ao tentar proteger, estabelecendo regras rígidas, a mãe em questão acabava por corrompendo a filha a descumprir regras.
Vou explicar:
A menina – uma ótima menina, por sinal – é uma das melhores da sala desde o primário, segue e professa a mesma fé que os pais e é super correta.
No entanto, a mãe não a permite fazer absolutamente nada.
Nada!
Ela não pode sair com amigas nem aos fins de semana, nem antes ou depois da escola.
Não pode namorar, não pode ir ao shopping, a não ser com os pais.
Resumindo: não pode se socializar fora da escola ou da igreja e durante os compromissos obrigatórios que tem em ambos.
A menina, no caso, tem 14 anos.
Uma boa menina…
Como já contei ali em cima, é uma excelente menina, daquelas que realmente mereceriam a confiança dos pais.
Porém ela não tem esta tal confiança.
Certa feita, todas as suas amigas combinaram de se reunir para uma pesquisa escolar sobre bibliotecas e, por óbvio, iam a uma: biblioteca.
A mãe, no entanto, não permitiu.
Faz sozinha. Pesquisa na internet. Não precisa ir lá.
A menina ficou desolada. Sentiu-se excluída e totalmente deslocada das amigas.
Como todas as demais, com permissão dos pais, iriam à biblioteca em horário da escola para aproveitar o passe escolar gratuito, ela teve a brilhante ideia:
- “Vou matar aula e vou junto”.
E assim o fez.
Uma má menina?
Aquela menina, a que sempre fez tudo dentro das regras, a que sempre foi uma das melhores da sala, a que merecia a confiança dos pais…
Ela quebrou uma das regras justamente porque os pais, aqueles que deveriam recompensar o comportamento sempre louvável dela com confiança e dando-lhe autonomia, jamais o fizeram.
Em algum momento é assim: se não somos pais capazes de entender que os filhos PRECISAM evoluir, socializar e para isto precisamos confiar, eles vão acabar corrompidos.
E não adianta negar. Nesta hora, os únicos responsáveis por esta atitude são, sim, os pais que foram incapazes de entender o lado da jovem, pois estavam impregnados de ignorância.
E assim mostraram para a filha que, na verdade, é ela quem não pode confiar nos seus pais, pois eles não possuem discernimento suficiente para respeita-la em suas fases e necessidades.
Saber dizer NÃO também contempla saber a hora de NÃO DIZÊ-LO
Se tem uma coisa que aprendi, é a importância de dizer NÃO.
E também, a importância de saber a hora de não dizê-lo.
Isso mesmo: saber a hora de deixar a filha viver por si não é falta zelo, é respeito ao momento dela.
Saber dizer NÃO não é só sair dizendo sempre.
Pelo contrário.
Tem tudo a ver com saber quando ou não dizer.
E, claro, vale sempre aquela máxima: A medida da confiança é a responsabilidade.
Que Deus me abençoe e não me permita ser assim. Amém.
♥