A minha filha chegou naquela inevitável fase das baladinhas, matinês e rolezinhos e eu entrei na fase do desespero.
Eu sempre soube que a hora das baladinhas, matinês e rolezinhos chegaria para a Gi.
Não sei porque, na minha cabeça, esta fase seria bem mais fácil de lidar do que realmente é.
E olha que a Gi até que é bem colaborativa, apesar das pisadinhas básicas, claro.
O grande problema destas situações é: a oferta fácil de coisas perigosas, combinadas com a ação em bando.
Bebidas e drogas
Bom, claro que os pais liberais vão achar um absurdo eu falar sobre bebidas e drogas.
Mas é importante lembrarmos que estamos falando de adolescentes sem qualquer noção real de perigo e de limites.
Portanto, não é este o momento nem o local ideal para que eles façam uso destas coisas.
Talvez, quando mais adultos, ok, eles sejam capazes de discernir o uso responsável de uma situação de vício ou que os coloque em risco.
Mas na fase da adolescência, onde mesmo sem drogas e sem bebidas eles já vivem desafiando perigos, certamente não é a hora.
É aquilo que eu sempre digo para a Gigi: Beber e usar drogas pode ser tal qual dar cheque em branco a quem nos cerca e, certamente, na adolescência e muito menos em uma baladinha, é o momento e o lugar certo para isto.
Assédio
Bom, quem é mulher sabe bem como é o assédio no dia a dia.
Em baladas, então, potencializa ainda mais.
E este é um medo que assola qualquer pai ou mãe: o da sua filha ou filho sofrerem um assédio ou estupro.
É um medo quase que material, tamanha a preocupação constante e pesada que ele causa.
E quando se fala em adolescentes, existem dois momentos: o de que um adolescente pode não ser capaz de dizer não, apesar de não querer que algo aconteça ou o fato de, mesmo dizendo claramente que não, este algo aconteça do mesmo jeito.
Sem falar que, infelizmente, muitos casos de assédio ou estupro são causados pelos próprios amigos, colegas e conhecidos do rolê.
Então, a nossa preocupação é real, constante e fundamentada.
Imprudência e irresponsabilidade
Bom, todos nós sabemos que adolescente não é lá o ser mais prudente e responsável do mundo.
Sendo assim, também ficamos super preocupados não apenas com o tempo durante a tal baladinha.
Também ficamos preocupados com o momento de encontra-los na porta ou, quando vem com outros pais ou de outras formas embora, com o trajeto de volta para casa.
Não é fácil lidar com tanta preocupação sem ser chata e invasivo.
Dar, dá. Mas não é nada fácil.
O famoso “embalo”
Uma das coisas que mais me incomoda na adolescência, é esta coisa de “ir no embalo dos outros”.
E, cara, tem que ser um adolescente muito cabeça fodona, muito bom das ideias, muito foda, que tenha culhões mesmo, para não cair nessa.
É incrível como a necessidade de impressionar a turma ou o garoto que interessa, faz com que uma adolescente faça merdas que ela nem ao menos queria de verdade.
Ou, que para impressionar amigos ou uma garota, um garoto se coloque em situações de risco iminente ou que cause problemas que podem persegui-lo pro resto da vida.
A lamentável conclusão disso tudo é que geralmente o que se esforça para impressionar é aquele que teria tudo para ser a boa pessoa da história, mas está sendo influenciado por aquele que provavelmente vai se safar.
Mas tenta explicar isto para um adolescente pra ver a revirada de olhos…
O distanciamento dos pais
É inevitável e doloroso, mas vai acometer a praticamente todos os adolescentes.
Não estou falando deles se desligarem dos pais. Não é isto!
Mas de começarem a questionar o que os pais dizem e recomendam e, por muitas vezes, considerarem mais o que os amigos dizem do que os pais.
Eis aí um dos maiores motivos de conflitos familiares, porque é nesta hora que muitos pais se perdem
RECOMENDAÇÕES:

Ouça mais
Uma das coisas que mais ajuda a reforçar o elo de pais e filhos, é quando os pais ficam receptivos ao que os filhos tem a dizer.
Se tiver que dar bronca, tente fazê-lo de forma firme, mas sem se exaltar.

Seja claro e direto
Se forem necessárias objeções e observações, seja claro e direto nas recomendações, mas sem perder o tom ameno.
É uma boa oportunidade para o entendimento.