Estava na padaria do meu antigo condomínio, quando vi uma cena que me inspirou a escrever 5 dicas para não ser inconveniente com o filho dos outros
A mãe e o pai na fila do pão com seu garoto de uns 3 anos.
Ele vinha com algo na mão, acho que um carrinho: “Mãe, eu quero”. A mãe negou com a cabeça e ele foi ao pai: “Pai, compra?”. “Você já tem todos da coleção”, respondeu o pai. “Guarda de volta”, orientou a mãe.
O menino guardou, mas começou a abrir a vitrine de pães doces, pegar várias bandejas, pedir, apontar as rosquinhas e os pais, irredutíveis, diziam que não e para ele não mexer.
Ao passo em que finalmente conseguiam controlar o filho, uma senhora diz: “Nossa, o que custa comprar alguma coisa pro menino?”.
O pai: “Custa dinheiro e custa que ele precisa aprender a ouvir ‘não’ e respeitar”.
A senhora, ao invés de se colocar em seu devido lugar: “Pode escolher algo, menino. Eu pago”.
Nessa hora, a mãe que se mostrava serena até então, vira e diz: “Não, Leonardo, não pode pegar, não! E a senhora, se quiser estragar filho dos outros, arruma uns netos. O meu, não”, enquanto puxava o menino para perto de si.
A senhora, incrédula pela firmeza dos pais, ainda tentou se fazer de senhorinha simpática, mas era nítida a reprovação de todos diante da postura de desrespeito diante daqueles pais.
Mal sabe ela o mal que ela fez. Bastaria perceber o olhar do menino para com os pais, como quem os culpasse por seu insucesso na tentativa de conseguir levar algo, fosse o que fosse, só para se sentir vitorioso.
Naquela hora, essa senhora criou mais um, dentre tantos motivos normais, para uma desavença entre pais e filho. Por pura falta do que fazer ou de noção de inconveniência. Então, por favor, não seja jamais essa pessoa!
Agora, seguem 5 dicas para não ser mala e não estragar a educação dos filhos alheios:
1) Jamais ofereça comida a uma criança sem antes consultar os pais.
Esta lição é por conta de que muitas crianças são alérgicas e, justamente por isso nunca comem algumas coisas, aí um estranho oferece e cabe a mãe, diante da criança, impedi-la de comer e vem aquela sensação de “Nossa, minha mãe não me ama. Todas crianças comem, mas eu não posso”. Ao invés disso, sem que a criança perceba, pergunte discretamente para a mãe se pode oferecer. Se ela sinalizar que sim, ok. Se não, é não e pronto.
2) Nunca desfaça uma regra dos pais ou castigo dos pais.
Os pais tem regras ou castigos tem motivos e razões. Caso você as considere inadequadas, converse em particular com os pais, argumente e tente que eles desfaçam as tais regras e os castigos. Nunca fale com eles diante das crianças ou, pior, desobedeça regras ou castigos quando os pais não estiverem. Quando você faz isso, acaba dando a eles a sensação de que longe dos pais tudo bem não obedecerem regras e isso pode acabar causando problemas sérios mais tarde.
3) Não convide a criança para nada antes de falar com os pais
Minha mãe chamava esse tipo de pessoa de “Gente que inventa moda”. E é bem isso mesmo! Sabe aquele tio que antes de falar com os pais, chega pra criança e fala: “Hoje vou ver com sua mãe se ela deixa o tio de levar pra pular de uma montanha”. Aí a criança fica empolgada, ansiosa e o tio fica sendo o legalzão e, se por acaso a criança estiver de castigo, doente, não for uma boa hora ou simplesmente a mãe acha o passeio ou atividade inadequados, pronto. A mãe que vira um monstro. E está criada mais uma animosidade entre pais e filhos.
4) Não diga ‘SIM’ para tudo, mas tenha jeito para dizer ‘NÃO’
Não é porque você está cuidando ou diante do filho de outra pessoa que essa criança pode tudo e acabou. Pelo contrário, o que é NÃO, é NÃO. Só que é preciso ter “trato” para dizer não aos filhos alheios, pois se a criança for muito mimada, ela vai chorar e os pais vão odiar você por isso. E caso ela não seja, óbvio que os pais vão entender seu não, desde que ele não seja um não agressivo, opressor, hostil. É apenas um “NÃO” e pronto. Só.
5) Não proteja uma criança à outra
Seja justo! Se existe mais de uma criança no local, lide com elas de forma igual e equilibrada. Claro que se uma fez errado, dê a bronca, mas não deixe nem incentive que a outra tripudie disso. Ao contrário, tente fazer com que a outra entenda que também é importante ela se manter na linha, pois você está de olho. Sem tom de bronca, caso ela não tenha feito nada errado. Em tom de aviso, mas que fique claro. E depois da bronca, por favor, não mantenha o clima pesado, ruim, nem nada. Tente não perpetuar a culpa, para que eles se sintam motivados e manter tudo bem e não o inverso.