Sabe a tal má influência que nossos pais tanto diziam? Pois é: ela está dentro da nossa casa.
Antigamente, falar em má influência nos remetia a amigos do colégio, da rua, da turma, envolvidos em confusões e coisas erradas.
Hoje em dia, este conceito mudou muito.
A tal má influência está dentro da nossa casa e ela entra pela internet
Influenciadores digitais
Bom, atualmente as pessoas que tem poder de influência sobre uma comunidade, é considerada um influenciador daquele público.
E para os adolescentes, estas figuras representam o que os ídolos da música, da TV e das revistas Capricho e Querida representavam.
Então, nós podemos entender o lado dos nossos jovens, ao se sentirem “representados” e, por consequência, serem suscetíveis ao que estas pessoas dizem.
Eis que é aí que mora o grande perigo…
O caso mais recente
Há 3 dias, um youtuber com 16 milhões de inscritos no canal e 7 milhões de seguidores no Twitter, fez um tweet racista.
Neste tweet, ele não foi explícito, então deu-se uma abertura para discussões e muitos dos nossos adolescentes não foram capazes de entender porque o teor do tweet era racista.
Tudo bem, afinal todos nós já fomos jovens e sabemos muito bem que nesta época, temos dificuldades de entender certas coisas. Normal.
Mas o problema maior nem foi mesmo ESTE tweet, em si. Foi todo o contexto da história.
O youtuber em questão fez fama com base em conteúdo de humor, contendo piadas racistas, sexistas, gordofóbicas e com teor tão pesado que até Ary Toledo sentiria vergonha.
E mais: ele também falava de consumo de álcool e inclusive tinha vídeos consumindo alcool, sendo que o seu canal tem majoritariamente assinantes pré-púberes e adolescentes.
Normatização de tudo o que não presta
Apesar de todo pai e mãe sonhar que nossos jovens tem estrutura para ver de tudo e ouvir a opinião dos pais no final e, a partir daí, pensarem: “Nossa, não vou concordar com o cara, pois meus pais me iluminaram”, não é bem assim.
Na verdade, não é nenhum pouco assim.
A partir da pré-adolescência, nós perdemos muito poder de influência dos filhos, sendo que é aí que mora o perigo, porque figuras como estas são as que passam a ser formadoras de opinião deles.
Assim sendo, para um pré-adolescente que vê o youtuber que consome e fala abertamente de consumo de bebidas nos vídeos, mesmo que o cara ressalve que não é ideal para a idade dos assinantes, os assinantes vão querer fazer o que for para se parecerem com seus ídolos.
E isto vale também para reproduzir machismo, racismo e outros e para normatizar atitudes e falas desta natureza.
O que fazer, então?
Bom, mais uma vez não vou ser eu quem vai dizer que dá pra proibi-los de verem o que quiserem, porque já sei que não dá.
Por mais que monitoremos, vigiemos, proibamos, etc, eles tem meios de verem, se quiserem.
Então, o melhor a fazer é mostrar o máximo de deslizes possíveis destes youtubers e, sempre que houverem, mostrar também as consequências negativas, como perderem patrocínios, etc.
E, claro, esclarecer porque cada posicionamento é errado, onde está o erro, oferecer novas fontes de informações pra que eles possam explorar, etc.
Provavelmente eles não vão aprender tudo de cara
Tenho até um texto falando que filhos não são perfeitos e vão nos decepcionar, infelizmente.
E umas destas decepções, é quando eles não enxergam o que tanto tentamos ensinar.
No meu caso, este momento do youtuber foi um. A Gigi não acha que ele merecesse perder os patrocínios.
Sigo firme e perseverante, explicando-a sempre, mas é difícil quando percebemos que eles não enxergam as coisas como gostaríamos, pelo bem deles, inclusive.
Então, é isto! A luta é árdua, o perigo não mora ao lado, mora dentro de casa e nós temos que matar um monstro por dia. Quando não dois ou três.
Bora!
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