Ontem, no meu instagram @ThatuNunes, fiz a primeira live em parceria com a psicóloga Thais Gonçales sobre conflitos entre pais e filhos adolescentes e foi um sucesso!
O tema era “Mãe, a casa também é minha!” e a ideia foi abordar as relações e conflitos intrafamiliares, especialmente na fase da adolescência dos filhos.
Ela trouxe o olhar profissional, da Psicologia e eu, a vivência e os resultados de uma maternidade voltada para a comunicação não-violenta e criação com apego.
Conflitos entre pais e filhos adolescentes
Conflitos sempre vão existir, afinal faz parte da natureza humana.
Mas a questão aqui é como transformar esses conflitos em situações muito menos derradeiras e intensamente desgastantes.
Durante a nossa conversa, contei sobre algumas situações da minha relação com a Gigi e aproveitei para explanar algumas das minhas sugestões, enquanto Thaís falou de necessidade dos pais de quebrarem suas próprias convicções, muitas vezes criadas dentro de lares com relações muito hostis e até mesmo violentas, a fim de tornarem os conflitos bem menos desgastantes e frequentes.
Comunicação não-violenta a criação com apego não é o mesmo que ser permissivo
Uma confusão muito comum é achar que ao optar por uma conversa mais amigável e em tom respeitoso, sem gritos e sem violência, estamos sendo permissivos, mas isso é mentira!
A única verdade é que você vai poder exercer a maternidade/paternidade de forma muito mais leve e prazerosa, já que vai se concentrar em explicar melhor e de forma amorosa, ao invés de viver gritando, batendo e humilhando seu filho.
Além do benefício de ser mais prazerosa, a criação com apego e a comunicação não-violenta também cria um elo afetivo e de respeito muito mais verdadeiro e real entre pais e filhos adolescentes.
Os conflitos entre pais e filhos adolescentes tendem a ser muito mais tranquilos e fáceis de resolver, já que os pais que optam por uma criação com apego não vivem nos extremos e não precisam “mostrar” autoridade, já que possuem o controle de si, da situação e, portanto, conseguem influenciar os filhos de forma positiva.
Formas de dizer não aos filhos
Uma outra questão abordada na live foi como a forma de dizer não aos filhos faz toda a diferença.
Thaís pontuou que é importante que os pais pratiquem o respeito ao falar com os filhos, mostrando que apesar de estarem dizendo não, entendem a frustração.
Foi aí que contei sobre uma situação com a Gi, onde ela queria muito passar o carnaval com a família do namorado e eu não me senti segura para dizer sim. Pedi alguns dias para pensar, ao invés de simplesmente dizer não na hora.
Passados os dias, expliquei que não estava preparada ainda, que tinha algumas objeções e expliquei-as, deixando claro que eu não gostaria de ter que dizer não, mas que era algo que eu não conseguiria lidar ainda.
Ela, então, me supreendeu explicando estar frustrada por não poder fazer o que queria, claro, mas que entendia e me agradeceu por eu tê-la tratado com o máximo respeito e sem subestimar a capacidade dela de me entender.
Filhos são indivíduos e não continuações nossas ou peças do nosso tabuleiro
Uma das principais causas dos conflitos entre pais e filhos adolescentes é a dificuldades dos pais de enxergarem seus filhos como indivíduos e não como extensões suas ou como peças que eles decidem a posição.
E por conta disso que começam as disputas entre pais e filhos para verem quem decide que roupa o filho vai usar, onde a filha vai ou não vai, que tipo de música o filho ouve ou que série a filha assiste.
São conflitos entre pais e filhos adolescentes que nem deveriam existir, na verdade, a não ser que fossem questões que colocassem esses filhos ou alguém em risco, afinal filhos também são pessoas e tem direito a gosto, privacidade, etc.
No entanto, fica bem complicado para pais que foram criados sob sistemas autoritários e com comunicação ruim ou até mesmo nenhuma, pensar em como lidar com os filhos que saem tão diferente deles.
Filhos que odeiam suas casas e conviver com os pais
Convenhamos: quem é que gosta de conviver com pessoas que só vivem cobrando, humilhando, sendo hostis e agressivos e tentam decidir pela pessoa tudo na vida dela?
Eu não gostaria! Tanto que eu super corria pra longe da minha mãe, já que ela era bem autoritária e nunca me enxergou como pessoa.
Já, com o meu pai, que sempre foi aberto ao diálogo e nos respeitou como somos, nos incentivando a lidar com nossas escolhas e as consequências delas, eu sempre me dei bem, confiei e confio até hoje.
Só nessa dinâmica já fica bem claro o quanto os conflitos entre pais e filhos adolescentes podem determinar o afastamento deles, dependendo de como a gente lida.
Se escolhemos nos abrir para a comunicação, as coisas tendem a ser muito mais prazerosas para todos.
Por outro lado, se escolhemos ser hostis, autoritários e ignorar o indivíduo, tendemos a afastar os filhos de nós e a força-los a serem falsos, fingindo na nossa frente para esconderem quem realmente são.
Seja influência para o seu filho e não o dono dele
Uma coisa que faz toda a diferença é que quando você se abre para uma comunicação ampla e respeitosa, você se torna influência para o seu filho.
Você passa a ser visto por ele como referência de alguém que vai ajuda-lo a decidir melhor, porque está sempre focado no melhor pra ele e não em determinar como ele deva agir.
Assim, ele vai passar a confiar em você e no seu juízo das coisas, tendendo a decidir o que você recomendar ou sempre muito próximo disso, mas por vontade dele e não por decisão sua.
Confira o vídeo completo no link: “Mãe, a casa também é minha!“